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Brasilia, DF, Brazil
Sou natural de Bom Despacho-MG. (16-7-1935) Bacharel em Letras pela UFMG, com pós-graduação na área de Educação pela PUC de Minas Gerais, além de cursos de Extensão Universitária, em Brasília, na UnB, e na Universidade de Évora, Portugal. Professor e escritor, tenho vários livros publicados, em gêneros diversos: crônica, história, biografia, conto, ensaio.

quarta-feira, 18 de julho de 2012


  EM PORTUGAL, SURPREEENDENTE LIVRO DE UM BRASILEIRO

*Jacinto Guerra

Nos últimos dias, tive a oportunidade de ler um romance que atraiu minha atenção, página por página, interrompendo a leitura somente quando não era possível continuar, em razão de outras atividades também interessantes e importantes.
Esse livro foi um dos finalistas do primeiro Prêmio Leya, honraria literária das mais importantes da Europa. Trata-se do romance “Eu, Peter Porfírio, o Maioral”, de Alaor Barbosa, escritor brasileiro que divide o seu tempo entre Goiânia e Brasília. Editado em Portugal pela Dom Quixote, editora do Grupo Leya,     e lançado em Lisboa, em Coimbra e no Porto, “Peter Porfírio” já está a caminho das livrarias do Brasil e de outros países.

Natural de Morrinhos, no Estado de Goiás, com raízes familiares em Minas Gerais e São Paulo, Alaor Barbosa tem ricas experiências de vida e de trabalho, também, no Rio de Janeiro e em Brasília. Suas origens e experiências diversas, aliadas ao seu gênio literário, deram-lhe as condições de escrever um romance tão interessante, rico e divertido como esse que encantou os editores europeus, tanto que mereceu até um prefácio do angolano Pepetela, um dos grandes escritores da Língua Portuguesa.
O personagem principal é Peter Porfírio, fazendeiro do interior de Goiás, homem do sertão, ilustrado com algumas leituras e conhecimentos num ginásio do Prata, pequena cidade do Triângulo Mineiro. Mas é sujeito dotado de inteligência e sagacidade que o fizeram capaz de vencer dificuldades enormes e ganhar muito dinheiro.

O cenário de sua história é o universo do interior de Goiás, com a sua capital, Goiânia; a grande São Paulo; cidades do interior paulista; uma região do Mato Grosso; a maravilhosa cidade do  Rio de Janeiro – e Brasília, nos primeiros tempos da nova capital brasileira.
Pois bem, Peter Porfírio - sujeito muito bom de negócios - ganhou tanto dinheiro engordando e vendendo bois, que acabou dono de grandes fazendas – e até de um avião para administrá-las com mais conforto e facilidade.

Pepetela diz que, nesse livro, o escritor recupera “uma linha seguida por alguns grandes autores brasileiros”, dando a palavra a um “coronel”, que “acredita ser bem intencionado” – e tem tudo para divertir” o leitor, “ao mesmo tempo que dá preciosas indicações sobre os negócios e a vida na época escura da ditadura militar”brasileira - período que Alaor Barbosa viveu intensamente em sua juventude no Rio de Janeiro e  no interior de Goiás.

Tendo enriquecido como poucos de sua geração, Peter Porfírio decide ampliar seus negócios com um lance de muita ousadia: comprou um pequeno banco em Goiânia, um “tamborete”, como ele próprio definiu.
Apesar de sua cultura limitada, o fazendeiro Peter tornou-se um homem viajado, até com um perfil de executivo moderno, se bem que meio caricato. Foi até aos Estados Unidos e não há de ver que aprendeu muita coisa por lá.

Nesse romance originalíssimo, o escritor viaja com muita segurança pelo que há de melhor no folclore brasileiro, na cultura universal, especialmente de nossa Língua Portuguesa, e na linguagem oral do nosso povo, que ele tão bem conhece.
Em síntese, esse “Eu, Peter Porfírio, o Maioral” é um livro escrito para o prazer e a cultura do leitor brasileiro, europeu, latino-americano – ou de qualquer parte do mundo em que haja algum interesse pelo Brasil, sua história, seu povo, suas tradições.
Quanto ao Peter Porfírio, com suas qualidades e seus defeitos, é um personagem inesquecível, que não sairá jamais da memória do leitor. Ficará para sempre lembrado como uma grande figura dos livros editados em nosso mundo da Língua Portuguesa, personagem digno da literatura de um Fernando Sabino, um Guimarães Rosa, um Eça de Queiroz, um Machado de Assis.

* Jacinto Guerra, brasileiro de Bom Despacho-MG, bacharel em Letras pela UFMG, é professor e escritor com vários livros publicados, entre os quais “O Cavaleiro Andante – viagens mundo afora” (Thesaurus, Brasília, 2011).



Um comentário:

  1. Após essa leitura, masce a vontade de ler a obra e conhecer um pouco mais a cultura brasileira.
    Obrigada pela dica, Jacinto Guerra,

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